14 de julho de 2013

“Quem se define, se limita”. Quem nunca ousou se definir, muitas vezes, se desconhece. 

Sou forte, mesmo sofrendo ao menos uma recaída por semana. Sou doce, embora azeda, portanto agridoce. Amável, ainda que contrariar seja um dos meus defeitos irremediáveis, não ousaria fazê-lo com meu nome. Sou falante, mas não tanto quanto sou pensante. Minha mente não para. O que gera outro adjetivo: sou complicada. Complicada para amar; complicada para andar; complicada para viver. Complicada até para assumir a complicação (pois escrevo isto extremamente tentada a me julgar simples). Mas acho que também sou. É que me falta destreza para falar de simplicidade... Tão paradoxo!
Minha ingenuidade vive em guerra com o mundo. Perdemos mais batalhas do que ganhamos, mesmo assim, continuamos juntas. Tenho muitas idades, até as que ultrapassam meus quase 20 anos. Sou alegre e acho ser triste muito penoso - venho tentando ser fácil, leve. Sou muitas e me canso rápido de gente que é a mesma o tempo inteiro. Tiro poesia do sossego. Tiro obras inteiras do desassossego. E vou-me sendo assim. Já fiz e desfiz as pazes comigo incontáveis vezes. Sobretudo, nunca desisti de mim. 



3 de julho de 2013

Abraçoterapia



Por mais que o mundo e as pessoas estejam perdendo a simplicidade; que estejam perdendo o jeito. Por mais que mundo e as pessoas andem distraídos, ninguém resiste ao abraço. Ele, muitas vezes só ele, tem o remédio exato para cada dor. Tudo que aperta a alma, um abraço desata. Tudo que sufoca a vida, um abraço ameniza. 
Versátil. Antecede o beijo, dá corda ao desejo e aninha depois. Gratifica e sela a amizade. Engrandece relações. Abraço preenche o vazio do peito. Um encontro de corações. Cala quando não interessa falar. E fala, quando não se há mais o que ouvir. Encobre o barulho do tempo, eterniza o segundo. Descobre a magia em tudo, e faz uma visita ao céu.
Abraço é atravessar nosso corpo e entrar em outro. Abraço é amor em braille. Abraço é poesia.