18 de abril de 2012

Mantra




Na estrada da vida a poeira um dia embaçará nossos olhos. Que ela não nos impeça de enxergar o futuro, nem de seguir adiante.  Muitos olhares encontrarão os nossos. Que saibamos separar os que nos enxergam de verdade dos que não. Muitos abraços nos envolverão. Que tragam com ele o preenchimento necessário... A ternura. Novas pessoas chegarão. Que nenhum gesto intimide o riso, traga a tristeza, ou mande embora a espontaneidade. Novos valores se formarão. Que os antigos nos adapte a eles. Nem sempre o outro corresponderá nossas expectativas. Que isso não desmanche nossa capacidade de colocar fé nele. Haverá dias de pensar muito em si mesmo. Que isso não transforme os demais - e nem suas vontades em menores. Dias ruins existem aos montes. Que eles não tragam o pessimismo.
Que o novo não deslumbre. Que os problemas não desassosseguem. Que a banalidade não apague o amor. Que se encontre a paz. Que a agarre. Que a tenha. Que a seja.


Amanda Vieira

17 de abril de 2012

Incessante


O problema, meu Deus, é que não sei mais do meu lugar. E pelo pé que as coisas estão, não devo mais saber. “Esse mundo não vale o mundo.” E essa gente que não vale a gente? Não que eu seja sempre uma pessoa boa, acontece que não tenho encontrado muito espaço para esses meus momentos de bondade.
Não deveria me espantar. Criaturas que não poupam a si também não poupariam ao outro. Não deveria me espantar que não compreendendo a si, compreenderiam ao outro. Não deveria me espantar que sabotando a si, não sabotariam o outro.
Onde será que colocaram o amor nisso tudo? Porque o amor é benigno, e só vejo maldade. Não sei conviver com dúvidas, nem com respostas mal dadas. Por isso tem sido tão difícil carregar o peso dessa situação. Tentar entender o sentido às vezes se torna sufocante. E é isso que eu faço desde sempre, tentar entender.
Esse mundo não vale o mundo, essa gente não vale a gente. Meu problema é querer tanto que valesse... Meu problema, meu Deus, é querer sozinha.



Amanda Viera

16 de abril de 2012

Love forever, does not always last.


Li uma vez num site de relacionamento, postado ali de qualquer maneira, uma frase que pegou meu estômago (que estava também de qualquer maneira) e remexeu. Remexeu mais do que estava remexido: ''Talvez meu amor tenha aprendido a ser menos amor só para nunca deixar de ser. '' Eureca! Estava ali, tudinho, nessa frase de uma autora que nem procurei saber o nome. Estava ali, explicando o que eu andava sentindo.
Você mais uma vez, você todas às vezes. 
Não quis te amar, você me pediu pra amar. Amei como nunca na vida, você me pediu pra não amar tanto. Pediu. Sim, pediu. Sem usar uma palavra, mostrando, o que torna tudo pior. Rasguei meus contratos, sabotei meus planos, infringi minhas regras. E você? Dei meu coração, aumentei meu coração, só pra te colocar todinho dentro dele. E você? Vibrei o amor, adorei o amor, me senti com o amor. E você? 
Não teve jeito. Uma hora pestanejar não era mais a solução. Precisei fazer o que você mais fazia, puxar o freio de mão. Rodei, parei, estabilizei. Voltei correndo menos, voltei tendo mais cautela. Não era isso que eu precisava fazer? Eu fiz! Minha ''única'' opção. Já que esse amor não sairia de dentro de mim, já que você não entendia o que precisava fazer... Eu fiz!
Cansei de inverter papéis. Cansei de dirigir com a janela do carro aberta, esquecendo os perigos que estavam lá fora. Aprendi e desaprendi muitas coisas desde que você chegou. Algumas cedo, outras tarde demais. Aprendi que sentir um amor pra sempre não significa que ele foi feito pra durar. E isso foi só hoje.


Amanda Vieira

15 de abril de 2012

Só nós dois



A chuva cai lá fora. Às vezes parece que aqui dentro também. Uma chuva de coisas que por muito tempo não tiveram sentido. Que nem eu e nem você conseguíamos entender.
Não sei se tenho tamanho para sentir o que eu sinto. Não sei mais qual é o meu tamanho, já que às vezes fica tão difícil saber o que é você e o que sou eu. O que sei é que o tamanho do mundo com certeza diminui quando a sua cama se transforma em nossa, quando seu colo se transforma no meu.
Você me aperta contra seu peito, passa a mão no meu cabelo e me diz o quanto eu sou bonita. Só consigo pensar no quanto você me faz bonita. E que nada nesse mundo se compara a essa versão de nós dois. Nada nesse mundo se compara a esse nosso “o que é meu, é seu”.
Essas músicas que tocam na rádio são perfeitas a ponto de se tornarem covardia. Encaixam-se de um jeito que deveríamos dar nossos nomes a elas.
Fazem poucos graus agora do lado de fora. Bem, aqui dentro fazem muitos. Só o calor do meu coração aqueceria o seu por todo o inverno.
''Queria que todos os dias fossem como quando nós dois estamos juntos.'' Queria colocar esses momentos dentro de uma caixa e abri-la sempre que sentir saudade. Mas isso é impossível! Então escrevo esse texto para lê-lo sempre que precisar acreditar em uma coisa boa. Sempre que precisar de uma coisa doce.
''Queria que todos os dias fossem como quando nós dois estamos juntos.'' Repito mais uma vez... Repito em cada minuto.

Amanda Vieira




13 de abril de 2012

Vitimas da facilidade.

Contar uma mentira é mais fácil que falar a verdade. Dizer sim é mais fácil do que não. Fazer-se de vítima é mais fácil que assumir as consequências dos próprios atos... É aí que quero tocar, na facilidade que muitos encontram em ter autopiedade. Em passar a culpa para o vizinho e agir como se nada tivesse acontecido. Reclamar do que colheu, esquecendo totalmente o que foi plantado. 
Lamentar-se, desculpa, não resolve nada. Se a sua vida é ruim e não vai pra frente, a culpa é sua! Colocá-la em outra pessoa não vai mudar isso. Cada um deve ser responsável por si. Afetar alguém com suas atitudes, isso sim deveria ser lamentável.
Muita gente anda por aí - com o perdão da palavra, ferrando a vida alheia, quando poderia fazer algo de produtivo pela sua. Pensar antes de colocar determinadas sementes, e depositar nelas os erros que te gerariam amadurecimento. Ou no fim das contas perceberá que viveu a vida de outra pessoa por pura facilidade, amigo...
É difícil conviver com quem não sabe lidar com as reações das suas ações. É difícil conviver com quem não alcançou determinado grau de maturidade para isso. Sorte a nossa que a terra é redonda, e gira. Sorte a nossa que o tempo não para, ele voa. Resta torcer para que com isso alguns aprendam. Facilidade nessas horas não é solução. Por favor, não opte por ela.



Amanda Vieira

12 de abril de 2012

Let it be!


Acorda menina! Abra os olhos e enxerga com clareza. Respira fundo e sinta o perfume que tem o lado bom da vida. Entenda que felicidade é apenas um estado de espírito e não uma meta.

Amanda Vieira

11 de abril de 2012

As regras do amor



 Tenho que confessar, acho que perdi uma aula na escola do amor. Aula em que muitos foram e se dedicaram bastante. ''Como amar e conduzir um relacionamento. ''
Cheguei a esta conclusão depois de flagrar e ser vítima de diversas repreensões. E eu tão boba, a vida inteira achando que era amar e ponto. Se dar e ponto. Querer e ponto. Descobri agora que não é SÓ isso. Amor tem carga horária, limite mínimo de aparições em público do casal, quantidade de ligações e mensagens por dia. Ora, amor tem até fiscalização para mimimi's e fotos juntinhos nas redes socias. Nesse caso o ministério do amor deve dar uma advertência: Por favor, ao entrar em um relacionamento verificar se já está pronto para cumprir com todas essas exigências. Curioso é pensar que quanto mais o amor é banalizado, quanto menos as pessoas têm respeito e consideração umas com as outras, mais ele é o cobrado. Mais difícil fica amar e ser amado por aí.
O amor não tem regras, não vem com instruções. Ele é o amor e não precisamos de mais nada além de querer que ele chegue, querer que ele fique.  Por tempo indeterminado, com ou sem data de validade. Ele entra no coração, invade mentes e fica em nossas mãos para fazermos como quisermos.
É triste ver o sentimento mais nobre não sendo tratado como tal. Mais triste ainda é ver os relacionamentos que mesmo sendo o que há de mais encantador, o que transforma dias cinzas e xoxos em dias inesquecíveis sendo  envolvidos  por regras e regulamentações.
E dizia Cazuza: A medida do amor é amar sem medida. Ouso dizer: O segredo do amor é amar sem manual.

Amanda Vieira