28 de junho de 2013

Adolescente de 20.

De todas as minhas esquisitices, eis a pior delas: a cada dia eu envelheço ficando mais nova. Sem aquele papo de velha fugindo da idade insistindo em ser descolada. É papo de quem tem certeza absoluta que já foi mais prática, mais solta, mais desencanada e mais superficialmente feliz. Talvez eu tenha sido madura demais pra ter neuras. Ou talvez eu tenha sido imatura sufocando todas elas. Tanto faz.
Eu amo tanto tanta gente e mesmo assim sinto preguiça de todas elas. Sinto preguiça de mim e da minha vontade interminável de ter ou sentir alguma coisa que ainda não sei o que é. Uma disposição pra mudar o mundo, mas nenhuma pra levantar da cama e encarar a vida. É que a vida é como sentir cheiro de chuva, olhar pela janela e não ver nada. Me faz perder o deslumbramento.
Quero que tudo seja profundo pra alcançar a minha profundidade. Quero que tudo seja profundo porque me cabe todinha. Pra entender essa mania de nunca achar que uma coisa é só aquela coisa. E que por trás dela existem muitas outras. Pra alimentar e dar razões aos meus dramas.
De todas as minhas esquisitices, eis a pior delas: ser aborrecente beirando os 20 anos.

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