23 de novembro de 2012

Amormania.


Penso muitas coisas durante o dia — muitas mesmo. Ultimamente tenho percebido que um pensamento insiste em se destacar, às vezes até interrompe os outros. É sobre como realmente só sabemos o quanto somos felizes quando a felicidade resolve entrar de férias.  Eu não sou o tipo de pessoa que só dá valor quando perde. Muito pelo contrário, eu dou muito valor. Dou cada centímetro do meu corpo, cada segundo dos meus pensamentos malucos, quanto tempo conseguir e quanto coração a pessoa aguentar receber (ele é grande).
Tudo aconteceu depois que você foi embora. A fila das coisas que eu deveria ter sofrido e sufoquei resolveu andar. Assim, tudo de uma vez. “Crueldade! Só porque eu não tenho um ombro pra chorar vocês aparecem?”. Outra coisa, sempre achei mesquinharia dizer que está sozinho quando se tem tanta gente do lado. Afinal, existem pessoas piores por aí. Agora a mesquinha sou eu. Não quero ser assim, eu tenho família, amigos, até umas pessoas chatas que puxam assunto todos os dias e eu respondo por educação.  Mas, puta merda, que falta ele me faz. Que falta de ter um nariz passando no meu pescoço e dizendo o quanto ele é bonito. Por Deus, que pessoa acha um pescoço bonito? Você acha. Deve ser por isso que gostei tanto de você. Isso é coisa de gente estranha. Eu também sou estranha.
Sinto muita coisa que não quero sentir e me obrigo a sentir coisas que quero querer. Nesse momento queria não falar de você, não falar de amor. Deixar de fora da minha vida estas teclas do meu teclado, ver se as outras ficam gastas como elas. Quantos textos falando de você eu tenho perdidos pelo computador? Um... Dois... Mil! Volto a sentir coisas que sentia antes de você ter entrado na minha vida, mas naquela época eu tinha 17. Agora tenho 19. Eu sei, não é muita diferença, mas já acho feio uma moçona, universitária, que já se acha muita coisa no mundo, chorando pelos cantos e reclamando da vida. Brigando com você na sua frente e chorando quando você dá as costas. Minha boca quase te expulsa, mas meu coração grita: “Ei, volta aqui, fica mais um pouco! Fica até que eu precise de bengalas.”  Fica e me ajeita de novo. Fica e vê se tapa essa droga de buraco que você abriu. Fica e me põe pra dormir agora. Fica e silencia meus pensamentos. Neles só dá você.

Amanda Vieira.

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