29 de agosto de 2013

Pensava que envelhecer era um constante amadurecimento, mas não é (na verdade não existe nada de constante). Amadureci, rejuvenesci, amadureci... Envelhecer é, no fim da contas, conhecer. Ir conhecendo. De pessoas, vida; De vida de pessoas; De pessoas na minha vida; Da vida independente das pessoas; Da minha vida independente da vida. 
Envelhecer me ensinou a olhar com mais cautela para mim. Olhar como quem conhece cada pedacinho de uma mente e corpo risonho, dramático, confuso, choroso, rabugento e brilhoso. A me afagar, me deixar, me ser. Me cuidar como quem cuida com a certeza de que aquele não é um simples alguém. Aprendi a respeitar essa mania besta de querer ver poesia nas coisas. De querer fazer poesia no momento em que o mundo lateja dentro do próprio peito, no momento em que eu latejo no mundo. A não me importar onde erro, com que erro e sim em como esse erro me transforma. Saber ter paciência comigo quando a transformação não é adequada. Entender essa vontade de lapidar tudo. De olhar profundo mesmo para o que é raso. De nunca lembrar a própria idade e viver sempre além ou aquém dela. De ter uma alegria contagiante guardada num bolso e um mau humor gritante em outro.
Reforçou o que eu já sabia fazer, porém me dando a direção certa: Me amar. Sem seguir o egoísmo do "amor-próprio" (achando que para fazê-lo preciso não dá-lo a quem vive comigo). O distribuir, sabendo que assim alimentarei a bondade no coração e com isso darei mais espaço a ele - porque amo e busco amar além do próprio amor (redundante e repetidamente assim). Compreendi que o melhor jeito de viver é se deixar viver. Com a cabeça erguida e o coração firme... Let it be!

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