3 de setembro de 2013

AMflORes

Eu sei que você já amou algumas vezes. Também sei que essas vezes não deram certo. Na primeira, você quis tanto um amor que quando o teve, não quis mais. Como uma criança mimada que enjoa rápido do doce. Na segunda, nada parecia muito bom. O abraço e o beijo não encaixavam. As ideias, muito menos. Mas você insistiu pelo tremor no corpo que aquele beijo com força e aquele abraço desajeitado lhe causavam. Achou até que seria a última tentativa... Mas não foi. Na terceira, ele queria você, mas você queria o mundo. Na quarta, você o queria e ele, não só queria o mundo, como também todas as outras. Na quinta, nem houve tempo dele saber que era amor. Na sexta, na sétima... Eu sei que você já amou algumas vezes, sei também que você cansou depois de todas elas.
Amores falidos colocam qualquer questão de física quântica no chinelo. Incomodam, frustram, enfraquecem. São como setas que apontam um caminho numa estrada. O caminho para o não-amor. O que decora e alegra sem apego. Como flores de plástico em um canto na sala.  Você sorri quando elas chegam e não chora quando morrem. Você decora sem precisar combinar sua vida com a delas. Não precisa mudar o móvel para onde bata sol, não precisa regar, não cria expectativas com seus brotinhos.
Flores de plástico te poupam do mergulho - o da emoção. Mas veja, é pulando que seguramos firme. É pulando que temos fé. Fé no amor e na renovação das águas, porque se não der certo hoje, com toda certeza, dará amanhã. E se o certo durar vinte anos ou vinte minutos, terá valido a pena pelas sensações. Amores vão, amores vêm. Pessoas vão, pessoas vêm. E você, minha querida (o), continua inteira. E a vida, a vida se acostuma com como você a decora.
Flores de plástico não morrem, porém não perfumam.

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