Jogada de um
lado para outro; caindo, levantando. Foi. Entre pessoas que davam sapos e
esperavam que vomitasse borboletas; entre quem trocava pote de ouro por saco de
pedras; por quem me olhava limpinha e teimava na sujeira; por quem esnobava a
verdade e adorava a mentira. Foi. Eu, dolorida, tentei jogar o jogo, mudar e
retribuir. Mas, quando não quis aceitar a ingenuidade, vi o quanto imaturo era
meu coração. Que me adaptar era como comer sequilhos e não beber água – não passa da garganta. E me tornar um deles era
me obrigar a Ser menos do que poderia.
Viver deslocada não é a forma mais fácil de
viver, porém, a mais libertadora. Caminhar deslocada não torna o caminho mais
prazeroso, mas amadurece por sua conta e risco. Amadurecer me parece bom, ainda
que peça entendimento do mundo, ainda que entender o mundo me deixe com olhos
de ressaca.
Eu nunca coube nas mãos de ninguém. Caberei
menos agora que descobri que Ser é mutável. Que Sou o que posso estar e estou o
que posso Ser. Ainda que isso custe me perder para depois me encontrar.
Aprendi a viver meus tropeços e recomeços
com muito mais cuidado e respeito. Querer que nada mude é querer em vão. O
mundo é redondo e dizem que sua maior qualidade é girar.
Adorei o texto. Bonito, sincero e singelo...
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