27 de abril de 2014

Não mais; para mais; além do mais.

Como posso ser a mesma se o mundo não é mais o mesmo? E como posso voltar a mim se o mundo modificando-se, modificou tudo o que eu chamava de meu - minha zona de conforto? Se essa área não mais existe; se eu perdi o tripé que mantinha as coisas razoavelmente equilibradas na linha do que é correto e apropriado, como posso, hoje, ser corretamente apropriada? Não sendo o que costumava ser, permaneço em cima de duas pernas, atormentada pela coragem de andar sozinha que me impulsiona a viver de modo visceral. Angustiada com todas as flores da minha pele.
Viver sobre um tripé não me era necessário. Me livrava de ser livre - com todas as redundâncias. De sentir e pensar. Principalmente, me livrava dos devaneios. Devaneios em vãos de mim. Não há caminho de volta. Eis a grande e previsível descoberta. Agora que sou esta, de quem pouco sei, só me resta sê-la. Perdida, a melhor maneira de ir me achando, vou. Caminhando, escrevendo, e seguindo essas linhas que de certo, muito mais falam além disto.

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