28 de novembro de 2012

Mudaram as estações, tudo mudou.


Olhei para o lado em uma festa, vasculhei as pastas de fotos no computador e cheguei a uma conclusão: nada é mais estranho do que ser amigo de quem não é mais seu amigo. Aquela pessoa que já dormiu e acordou do seu lado; conhece suas manias; sabe que você chorou por aquele idiota mesmo que você negue isso até a morte; que você tem calcinha/cueca furada e que não consegue desapegar. Aquela pessoa que dividiu com você aqueles momentos que não dividiria com mais ninguém... 
Então essa pessoa hoje passa, te cumprimenta com beijinhos no rosto e vocês ficam ali, falando um monte de coisas e ao mesmo tempo nada. Pensando: "como ela tá diferente, como ela não mudou". Não tem nada mais estranho que isso, verdade. Não tem nada mais normal que isso, verdade também. Quantas vezes ainda passarei? Milhares! Nessas voltas que o mundo dá - e que eu nunca, nunquinha, irei entender, muita gente vai passar. Muita gente vai ficar, muita gente vai mudar a gente, vai plantar um pedacinho dela. Você vai colher, vai cuidar, vai carregar e mesmo que ela não fique, o pedacinho ficou. 
Mesmo que ela vá embora você ainda saberá que ela nunca desliga o despertador e sempre acorda irritada em finais de semana quando ele toca; que ela dorme com a mão colada na parede; que tem trauma do primeiro beijo e que come comida no café da manhã. Mesmo assim, mesmo sabendo de tudo, vocês vão se esbarrar, vocês vão se olhar e constatar: como ela tá diferente, como ela mudou... Mas ninguém vai abrir a boca e falar disso, afinal, vocês são amigos.

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